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Ao comprar um carro, muitos motoristas se preocupam apenas com o preço de compra e os custos imediatos, como IPVA, seguro e manutenção. No entanto, um fator muitas vezes ignorado é a desvalorização do veículo ao longo do tempo. Em 2025, com a instabilidade do mercado e as constantes mudanças no comportamento do consumidor, entender como cada categoria de carro se desvaloriza é essencial para fazer uma compra mais inteligente.
Neste artigo, vamos analisar a desvalorização média dos carros por categoria — hatch, sedã, SUV e picape — e como esse dado pode influenciar sua escolha na hora de comprar ou trocar de carro.

O Que é Desvalorização Veicular?
A desvalorização veicular representa a perda de valor de um automóvel ao longo do tempo, desde o momento em que ele é adquirido até a sua revenda. Assim que um carro zero quilômetro sai da concessionária, ele já sofre uma queda imediata em seu valor de mercado, geralmente entre 10% e 15%. Essa redução ocorre devido à transição do status de “novo” para “usado”, que impacta diretamente na percepção de valor pelos compradores.
Nos primeiros três anos, esse percentual tende a aumentar de forma mais acentuada, podendo ultrapassar 30% dependendo do modelo, da categoria e da demanda no mercado de seminovos. Veículos com baixa procura, reputação negativa ou manutenção cara podem perder ainda mais valor, chegando a 40% ou mais nesse período.
É importante destacar que a desvalorização não é um custo fixo ou visível como o IPVA, o combustível ou o seguro, mas tem impacto direto no retorno financeiro na hora da revenda. Por isso, deve ser considerada com atenção no cálculo do custo total de propriedade do veículo — que inclui todos os gastos durante o período de uso. Uma boa escolha inicial pode representar economia significativa no longo prazo.
Fatores que Influenciam na Desvalorização de um Veículo
Diversos fatores impactam a taxa de desvalorização de um automóvel. Entre os principais, destacam-se:
- Categoria do veículo: carros populares tendem a desvalorizar menos que modelos de luxo ou de nicho, pois possuem maior volume de revenda e aceitação no mercado.
- Marca e reputação: marcas reconhecidas por sua durabilidade e confiabilidade mecânica mantêm melhor o valor de seus veículos.
- Volume de vendas no mercado: modelos com alta produção e circulação facilitam a revenda e reduzem a desvalorização.
- Facilidade de revenda: veículos mais buscados por motoristas de aplicativo, famílias ou empresas têm maior liquidez.
- Custo de manutenção e consumo: carros econômicos e com manutenção acessível são preferidos, especialmente em tempos de inflação e combustíveis caros.
- Mudanças tecnológicas ou de design: modelos que passam por mudanças bruscas ou têm tecnologias rapidamente defasadas tendem a perder valor mais rápido.
- Condições do veículo (quilometragem, estado geral): um carro bem conservado, com revisões em dia e aparência impecável desvaloriza menos, mesmo com anos de uso.
Além disso, fatores externos como políticas de incentivo a veículos elétricos, restrições ambientais ou mudanças nos hábitos de consumo também influenciam as tendências de desvalorização.
Modelos com alta procura, baixo consumo e manutenção acessível tendem a desvalorizar menos, enquanto veículos com alta complexidade, manutenção cara ou pouco populares perdem valor mais rapidamente.
Desvalorização Média por Categoria
A seguir, apresentamos a desvalorização média de cada categoria de carro após 1, 2 e 3 anos, com base em dados do mercado e da Tabela Fipe de 2025:
Hatchbacks
- 1 ano: 9% a 12%
- 2 anos: 18% a 24%
- 3 anos: 25% a 35%
Modelos populares como o Fiat Argo, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix têm desvalorização moderada devido à alta liquidez e ampla aceitação no mercado.
Sedãs

- 1 ano: 11% a 14%
- 2 anos: 22% a 28%
- 3 anos: 30% a 38%
Sedãs médios e grandes, como Toyota Corolla e Honda Civic, mantêm melhor valor que sedãs compactos como Voyage ou Logan, que sofrem mais perda pela menor demanda.
SUVs
- 1 ano: 8% a 11%
- 2 anos: 17% a 22%
- 3 anos: 23% a 30%
A categoria SUV apresenta melhor desempenho na retenção de valor devido à forte demanda. Modelos como Jeep Renegade, Toyota Corolla Cross e VW T-Cross são exemplos de boa valorização.
Picapes
- 1 ano: 6% a 10%
- 2 anos: 15% a 20%
- 3 anos: 20% a 28%
Picapes como Fiat Toro, Toyota Hilux e Chevrolet S10 costumam ter menor desvalorização, especialmente nas versões a diesel, por atenderem também ao público profissional.
Comparativo de Modelos Mais e Menos Desvalorizados
Modelo | Categoria | Desvalorização 3 anos |
---|---|---|
Toyota Corolla | Sedã | 24% |
Jeep Compass | SUV | 22% |
Fiat Strada | Picape | 18% |
Renault Logan | Sedã | 38% |
Chevrolet Onix | Hatch | 30% |
VW T-Cross | SUV | 25% |

Esses dados mostram que nem sempre o carro mais barato ou popular mantém melhor valor. A percepção de marca, confiabilidade e demanda no mercado fazem grande diferença.
Por Que Alguns Modelos Mantêm Melhor o Valor?
Algumas razões explicam por que determinados modelos desvalorizam menos:
- Histórico de confiabilidade mecânica
- Alto volume de revenda e procura constante
- Baixo custo de manutenção e consumo
- Boa reputação da marca no mercado
- Facilidade de obtenção de peças
- Versões com motorização equilibrada e sem excessos tecnológicos
Toyota Corolla, Honda HR-V e Fiat Strada são exemplos de veículos que combinam esses fatores e apresentam excelente valor residual.
Dicas Para Evitar Perdas com a Desvalorização
- Pesquise antes de comprar: consulte índices de desvalorização de modelos anteriores.
- Opte por versões intermediárias: versões topo de linha com muitos opcionais costumam desvalorizar mais.
- Cuide da manutenção preventiva: carros bem conservados desvalorizam menos.
- Evite cores muito chamativas ou fora do padrão: tons neutros como branco, prata e preto são mais fáceis de revender.
- Considere o tempo de posse: vender o carro antes de 2 anos pode ampliar a perda.
- Fuja de modelos com histórico de descontinuação: isso impacta negativamente a revenda.
Considerações Finais

A desvalorização é um dos principais fatores a serem considerados na compra de um veículo, principalmente no Brasil, onde os custos com carro são elevados. Conhecer o comportamento de cada categoria ajuda a planejar melhor a compra, evitando surpresas na hora da revenda.
SUVs e picapes têm mostrado bom desempenho de retenção de valor, enquanto sedãs compactos e hatches básicos tendem a perder mais valor com o tempo. Contudo, cada modelo tem suas particularidades, e o segredo está em alinhar suas necessidades com as características do veículo escolhido.
Antes de decidir pela compra, consulte dados atualizados, simule valores na Tabela Fipe e converse com especialistas. Isso pode representar uma grande economia a longo prazo.