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Todo começo de ano, motoristas brasileiros se deparam com uma despesa obrigatória: o IPVA. O valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores pode ser um fator determinante na hora de decidir se compensa manter um carro mais antigo ou trocá-lo por um modelo mais novo. Em 2025, com a elevação nos preços dos veículos, a valorização dos usados e os reajustes estaduais nas alíquotas, essa decisão se torna ainda mais relevante.
O IPVA impacta diretamente no orçamento familiar e deve ser considerado como parte do custo total de propriedade do veículo. Com isso, entender seus efeitos pode auxiliar a tomar decisões financeiras mais conscientes e vantajosas.

O Que é o IPVA e Como Ele é Calculado?
O IPVA é um imposto estadual cobrado anualmente sobre a propriedade de veículos automotores. Ele foi criado para substituir a antiga Taxa Rodoviária Única (TRU) e tem como principal objetivo arrecadar recursos para os cofres estaduais e municipais, sendo que parte da arrecadação é destinada ao município onde o veículo está registrado.
O valor do IPVA é calculado com base em dois elementos:
- A alíquota estabelecida pelo estado (que varia entre 2% e 4%, podendo ser diferente para determinados tipos de veículos).
- O valor venal do veículo, conforme definido pela Tabela Fipe, que considera o modelo, ano de fabricação e demais características.
O imposto deve ser pago no início do ano, com a possibilidade de quitação à vista (com desconto, na maioria dos estados) ou parcelado em até três vezes. Estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná seguem esse modelo de cobrança. Alguns oferecem isenção ou redução de IPVA para veículos com finalidades específicas (como PCD, táxis, ou carros elétricos e híbridos).
Quanto o IPVA Pesa no Custo Total do Veículo?
Embora seja um tributo anual, o IPVA representa um percentual importante do custo de manter um veículo. Juntamente com gastos como seguro, manutenção, combustível e depreciação, ele deve ser avaliado dentro do contexto do orçamento disponível.
Vamos considerar dois exemplos:
Carro Novo
- Valor de mercado: R$ 100.000
- IPVA (4%): R$ 4.000
- Seguro: R$ 3.500
- Manutenção preventiva: R$ 1.200
- Combustível anual: R$ 6.000
- Total anual estimado: R$ 14.700
Nesse caso, o IPVA representa 27% dos custos anuais com o carro.
Carro Usado
- Valor de mercado: R$ 15.000
- IPVA (4%): R$ 600
- Seguro: R$ 1.000
- Manutenção: R$ 2.000
- Combustível: R$ 6.000
- Total anual: R$ 9.600
Aqui, o IPVA corresponde a 6,25% dos custos totais, tornando o veículo mais acessível em termos de manutenção financeira.
Carros Mais Antigos Pagam Menos IPVA?

Sim. O imposto é proporcional ao valor venal, que diminui com o tempo de uso e a desvalorização natural do veículo. Por isso, carros com mais de 10 anos tendem a ter IPVA muito reduzido, e em alguns casos, a isenção total do imposto.
Além disso, estados brasileiros adotam critérios diferentes de isenção conforme a idade do veículo. Veja alguns exemplos:
Estado | Isenção de IPVA a partir de |
---|---|
São Paulo | 20 anos |
Minas Gerais | 20 anos |
Goiás | 15 anos |
Acre | 10 anos |
Rio Grande do Sul | 20 anos |
Essa variação é importante ao considerar manter um carro antigo que já não exige o pagamento do IPVA, especialmente quando ele continua em boas condições de uso.
Quando o IPVA Pode Justificar a Troca de Carro?
O IPVA sozinho dificilmente deve ser o único motivo para trocar de carro, mas ele pode pesar na decisão final, especialmente se somado a outros fatores como:
- Alto custo de manutenção e baixa eficiência do veículo atual.
- Alto valor de mercado do carro e consequente IPVA proporcionalmente elevado.
- Vontade de adquirir um carro com menor carga tributária ou mais econômico.
- Existência de incentivos fiscais ou isenções em carros elétricos, híbridos ou para PCDs.
Por exemplo, um veículo com valor de mercado de R$ 150.000 terá um IPVA de R$ 6.000 por ano (em estados com alíquota de 4%). Se esse carro for pouco utilizado, talvez compense vender e adquirir um modelo mais simples e econômico.
Casos em que Vale a Pena Manter um Veículo com IPVA Alto
Apesar do imposto elevado, há situações em que manter o veículo pode ser mais vantajoso:
- O carro está quitado e possui baixa depreciação anual.
- Está em excelente estado de conservação e com histórico de manutenção em dia.
- O custo total de troca (documentação, emplacamento, seguro mais caro) é superior ao IPVA atual.
- O proprietário tem afeto ou vínculo pessoal com o veículo, o que o torna mais do que um bem de consumo.
Em todos esses casos, o IPVA representa um custo planejado, que pode ser diluído ao longo do ano e compensado por outros fatores.
Alternativas Para Reduzir o Impacto do IPVA
- Escolher carros com menor valor de mercado, pois o IPVA acompanha a Tabela Fipe.
- Optar por modelos que já contam com isenção, como veículos PCD, híbridos e elétricos.
- Aproveitar os descontos para pagamento à vista, geralmente oferecidos em janeiro.
- Parcelar o tributo quando o estado permitir, aliviando o impacto imediato no orçamento.
- Avaliar a viabilidade de transferir a residência para outro estado com alíquota menor, caso exista mudança de endereço legítima.
Comparativo: IPVA de Veículos Populares em 2025
Modelo | Valor Fipe (R$) | IPVA (4%) | Isenção? |
Fiat Mobi 2020 | 47.000 | R$ 1.880 | Não |
VW Gol 2003 | 12.000 | R$ 480 | Sim (20 anos) |
Toyota Corolla 2005 | 22.000 | R$ 880 | Sim (20 anos) |
Renault Kwid 2024 | 70.000 | R$ 2.800 | Não |
BYD Dolphin 2024 | 150.000 | R$ 0 (SP) | Sim (Elétrico) |
Considerações Finais

O IPVA é um componente importante do custo anual de se manter um veículo e, em 2025, continua sendo um dos fatores que mais influenciam o orçamento dos proprietários. Avaliar com cuidado os valores cobrados, as possibilidades de isenção e o impacto sobre o custo total de uso pode evitar decisões precipitadas.
Manter um carro antigo pode ser financeiramente mais viável em muitos casos, principalmente se houver isenção de IPVA e baixo custo de manutenção. Por outro lado, trocar de carro pode trazer economia em combustível, segurança e até vantagens fiscais, dependendo do modelo escolhido.
A decisão final deve considerar todas essas variáveis com equilíbrio, levando em conta não apenas o valor do imposto, mas o uso do veículo, o contexto familiar e as perspectivas financeiras pessoais.